Ato I - Elwing

Os caçadores se aproximavam furtivamente da cabana. Era preciso três deles para lidar com apenas um espectro, mas com certeza aquela era a chance.

Muito esperto da parte dela, afastar-se da cidade, mas por outro lado, se tornara um alvo fácil, ali ninguém poderia defende-la.


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- Não se assuste! - Dizia o rapaz para Elwing. Ele segurava sua boca com força para que a garota não gritasse. - Acredite em mim, estou apenas lhe ajudando!

Ela havia sido surpreendida ao entrar em sua cabana naquela noite e se deparar com um completo estranho ali. Tentou correr, mas o homem havia sido mais rápido, e agora se encontravam naquela situação.

Olhos castanhos escuros, um cabelo rebelde e pele morena, essa era sua aparência. Com certeza Elwing nunca o vira antes.

- Os caçadores estão à sua procura. Fugir da cidade não adiantou muita coisa. Agora ouça bem meu plano...

Antes que terminasse sua fala, a porta da casa se arrombou num baque surdo. A velocidade do rapaz foi sobre-humana ao mover-se com Elwing para o aposento ao lado, antes mesmo que ela pudesse ver o rosto de quem entrara.

Acreditando que a garota não iria fazer um escândalo, ele a soltou. Logo depois apontou para a janela de seu quarto, seus lábios se moviam silenciosamente numa frase que foi fácil de decifrar: "Fuja, esou logo atrás de você."

Os passos dos caçadores anunciavam sua proximidade...



Guia do tutor: Faça suas escolhas em seu post, dizendo detalhadamente o que pretende fazer. O recomendável é seguir o que seu mestre diz.

Uma forte luz saiu de dentro da casa, a seguir o vidro da janela estilhaçou-se, fazendo com que pequenos cristais caissem sobre Elwing sem machuca-la.

O garoto pulou para fora da casa e agarrou a mão de Elwing puxando-a com força:

- Não pense, não pergunte! Apenas CORRA! - Sua voz estava ofegante.

Os dois correram para longe da cabana, esgueirando-se pela floresta, que ia ficando mais densa a cada passo. A mão do rapaz era áspera como a de um lenhador, a velocidade com que corria era inacreditável para um humano qualquer.

Após vários minutos finalmente pararam em meio a uma clareira.

- Oh, me desculpe... Meu nom... - Vários passos interromperam a fala do garoto novamente. O barulho de folhas secas se partindo indicava a presença de alguém ali.

O rapaz tirou duas adagas da cintura e entregou uma à Elwing. "Proteja-se", pronunciaram seus lábios.

Um vulto saltou por entre as árvores e partiu com um ataque para cima de Elwing, olhos amarelos miravam seu pescoço.

Off: você não pode narrar o sucesso de suas ações nas batalhas. Mas desse vez relevarei, já que estamos só no Ato I [/off]

Elwing soube usar com habilidade a adaga que lhe foi entregue. A besta que a atacara era desconhecida pora aquela região, o sangue jorrado era de cor preta, mas parecia que a espectro não havia percebido isso ao lamber a lâmina da adaga.

Pericia Adquirida: Armas.

"A garota é rápida... Mas esses olhos não me agradam."

Elwing possuia um olhar sinitro e assassino, parecia que estava prestes a atacar o garoto.

- Bem... - Disse ele calmamente. - Você realmente não sabe quem sou eu... Mas logo vai descobrir. - Ele andou até as raizes de uma árvore próxima e se assentou ao chão. - Vou descansar um pouco, os caçadores provavelmente não irão nos encontrar aqui. Tome, treine um pouco disso, você irá precisar. - Retirou um arco de suas costas e o entregou a Elwing.

O garoto apontou para duas árvores ao outro lado da clareira, no mesmo instante, um circulo de fogo apareceu em cada uma delas, queimando-as e deixando marcas de um alvo.

- Acerte aqueles alvos com essas flechas. - Agora entregava sua aljava à garota. - Me acorde caso precise de ajuda.

O garoto abriu um de seus olhos e encarou Elwing.

- Perguntas demais por enquanto. - Ele se levantou e posicionou-se atrás de Elwing. - Veja, irei te ajudar essa vez.

Ele se colou as costas de Elwing, passou a mão por seus braços e a segurou, como se fossem um só. Segurando firmemente suas mãos, posicionou o arco em um angulo reto, e ajudou-a a tencionar a corda com uma flexa colocada na altura de seus olhos. A tensão foi forte o sucifiente para conseguir lançar a flecha longe, porém não-tão-forte para danifica o arco. Soltou o dedos de Elwing, fazendo a corda se mover com uma pequena melodia, e a flecha voar suavemente, acertando em cheio o centro do alvo à esquerda.

- É assim que se faz. - Disse ele baixinho ao seu ouvido. Depois se afastou e sentou-se novamente ao pé da arvore. - Agora tente você sozinha.

off: sim, sim, boa narração. /off


A flecha de Elwing voou suavemente assim como a anterior, porém não acertou o centro do alvo, mas foi perto.

- Oh! Muito bem, vejo que aprende muito rápido! (Perícia Adquirida: Arco e Flecha) - O jovem observava com apenas um de seus olhos abertos. - Bom, agora continue treinando, pois amanhã teremos um longo caminho pela frente. Não devemos per... - Sua fala foi interrompida, e ele se levantou abrupdamente.

Elwing não percebera nada do que acontecia, mas o garoto foi se movendo furtivamente para um pequeno arbusto ali perto.
Duas flechas atingiram-lhe o peito.

- Corra! Eles nos acharam! - O garoto gritava como se nada tivesse lhe acontecido.

Era tarde demais para correr. Haviam 5 homens com as vestes pretas, cercando-os ali na clareira.

- Entregue a espectro! - Disse um sexto homem saindo do arbusto logo à frente. - Não queremos nada com você, humano. Mas se necessário, iremos machuca-lo.

Uma risada insana saiu da boca do jovem, que arrancava as flechas de seu peito sem demonstração nenhuma de dor.

- Não sabes quem sou eu, não é mesmo? - Seu olhar passava um tom ameaçador.

Dois dos homens de preto se aproximavam de Elwing, pretendendo agarra-la e imobiliza-la. O garoto continuava encarando o homem que lhe atirara a flecha com seu olhar sinistro, e parecia nem perceber o que acontecia às suas costas.

A flecha de Elwing se fincou no pescoço do homem à sua frente, fazendo-o cair no chão se debatendo, com a vida pouco a pouco se esvaindo do corpo. O homem que vinha por trás da espectro agarrou-a firmemente, imobilizando seus braços atrás do corpo com força, dando uma risadinha.

- Mas que beleza! - exclamou exibindo uma dentição podre.

O estranho que aparentava ser o líder do grupo, não parecia ter notado no homem morto que jazia próximo a ele; seus olhos se revezavam no rapaz supostamente humano e na espectro.

- Não sei quem você é - disse ele com olhos duros, respondendo a pergunta do rapaz. - Mas seja quem for, não vai nos impedir no nosso objetivo.

- Aaaaahhh... - fez o jovem. - É exatamente aí que você se engana, meu caro! Eu me chamo Dash, creio que já ouviu esse nome, não? Se não ouviu é por que é um infeliz desavisado por cruzar seu caminho no meu, mas não ligo. BRISINGR! - e nesse exato momento a roupa do homem começou a queimar e Dash fez o mesmo com os outros três homens - menos com aquele que segurava Elwing - e gritou olhando por cima do ombro, já sumindo por trás das árvores:

- Venha!

A pisada no pé do homem não doeu como o esperado. Em compensação a cabeçada quebrou-lhe o nariz, também deixando Elwing ligeiramente tonta.

O homem soltou a espectro para agarrar o nariz, sujando suas mãos de sangue e berrando escandalosamente.

Os outros estavam tentando apagar o fogo de suas roupas, então aquele era o momento perfeito para ela fugir, senão fosse pelo homem que Dash atacara primeiro, disposto a barrar-lhe o caminho pelo qual o rapaz seguira.

- Você não vai fugir tão fácil assim - disse, apesar de seu rosto exibir queimaduras e suas roupas estarem praticamente reduzidas a trapos.

O homem ri insanamente e diz com os olhos brilhando demoniacamente, ao tirar das antes-vestes-e-agora-trapos uma adaga.

- Vamos ver do que é capaz, espectro!

Saltou na direção de Elwing com rapidez, balançando a lâmina da arma de forma ameaçadora.

O homem é atingido no peito pela flecha de Elwing e se desequilibra até bater em uma árvore. Pondo a mão no objeto que o tinha atingido, ele puxa-o com força, arrancando um naco de carne. Uma dor contida podia ser vista em seu rosto. Sem fôlego, ele falou com dificuldade:

- Ainda não acabou para você, espectro. Nem pra você e nem pro seu amiguinho.

Ele por fim desmaiou, e a sua volta, todos os seus "seguidores" - que haviam presenciado a cena -, saíram correndo por não saberem o que fazer e não quererem morrer nas mãos de Elwing.

Agora o caminho estava livre para ela.

Elwing estava correndo pelo caminho que Dash seguira, até dar de cara com o rapaz recostado em uma árvore, olhando para o nada.

- "Pode não ser meu fim, mas para você é". - fez ele repetindo a frase que Elwing dissera antes de matar o líder do grupo de caçadores. - Sabe, eu só tenho uns poucos amigos. O que eu considero o melhor foi quem me ensinou a ser o que eu sou hoje. Sujeito bom. Armaram pra ele e perdeu tudo o que lhe era mais precioso. Acabou ficando amargurado e vive para a vingança hoje em dia. Acho que vocês iam se dar bem, caso se conhecessem.

Ele desencostou-se do tronco e caminhou até ficar frente a frente com a espectro, encarando-a nos olhos.

- Mas isso não é importante, por enquanto. Eu posso ver pela sua postura que você quer respostas e rápido. A questão é, minha cara espectro: Você sabe as perguntas certas a fazer?

Dash dá uma risadinha baixa e rouca. Parecia estar se divertindo com sua mais nova pupila.

- É claro que você sabe as perguntas a serem feitas, menina. O que eu quis dizer é: Será que eu vou responder a todas as perguntas que você quer fazer? Nem tudo é assim, de uma hora pra outra. Por enquanto, vai ter que suar a camisa comigo para saber o que quer.

O rapaz estica a mão entregando mais cinco flechas para Elwing (apenas os deuses sabem de onde ele as tirou), se afastando sem dar as costas para ela. Quando ficou à dez metros de distância disse:

- Para cada vez que você me acertar, vai ganhar a chance de fazer a pergunta que quiser, e eu vou ser obrigado a responder. Vamos lá! Não temos o dia todo!

Dash balançou a cabeça para ambos os lados, ligeiramente frustrado. "Teimosa e arrogante", pensou.

- Certo, certo - disse ele. - Bem que me avisaram que as coisas não iam ser fáceis com você, garota. Para sua infelicidade, paciência não é uma das minhas virtudes.

Ele apontou a mão aberta na direção de Elwing e falou:

- Eu vim até aqui para treiná-la, pois você podia ser a luz no fim do túnel para muitas pessoas. Mas como não quer colaborar comigo, vou acabar de uma vez com essa perda de tempo e dizer para meus superiores que você estava morta quando a encontrei. Kveykva!

Então um raio foi lançado da palma da mão de Dash, mirando Elwing.

Elwing conseguiu desviar-se do raio a tempo, fazendo-o acertar uma árvore que acabou explodindo. (Perícia adquirida: Fuga)

Dash deu um largo sorriso ao ouvir o que a espectro falava.

- Todos dizem que eu sou meio bipolar, sabe? E deixa de ser dramática: o máximo que aquele homem podia fazer era deslocar algum braço ou perna seu, e quebrar algumas costelas.

Ao vê-la correr na sua direção com o punhal erguido e os olhos brilhando, Dash agarrou-a com facilidade, torcendo um de seus braços atrás das costas, enquanto o outro ele passou em volta do pescoço da própria Elwing, prendendo-a firmemente.

- Acha mesmo que pode me vencer agindo por impulso? Chega a ser ridículo. - ele sussurrou, encaixando seu queixo no ombro dela. - Você ainda tem muito o que aprender antes de pensar em me desafiar. Se for esperta o suficiente vai fazer tudo - exatamente TUDO - o que eu mandar. Eu não queria estar aqui mais do que você, garota, acredite se quiser. E então? Vai me escutar ou eu vou ter de matá-la? - pontuou a pergunta pressionando a lâmina do punhal - que ainda se encontrava nas mãos da espectro - contra seu pescoço.